Vinha

Numa Região densamente povoada como é o noroeste de Portugal, a agricultura, feita em micro parcelas, adaptou-se, naturalmente, ao longo dos tempos, às necessidades das populações. As viagens transoceânicas dos portugueses trouxeram a estas terras o milho, no século XVII, e a sua elevada produtividade empurrou as videiras para as bordaduras dos campos e para as bermas dos caminhos, onde não ocupavam terra arável.

Videiras conduzidas em altura.

Assim, as videiras até então orientadas de forma baixa, passaram a ser conduzidas em altura, trepando pelas árvores plantadas em redor dos campos agrícolas, num modelo chamado uveira, ou enforcado. Um pouco mais tarde chegou a ramada, também chamada latada, estruturas horizontais de ferro ou madeira assentes em esteios de granito, localizadas sobre os caminhos ou na orla dos campos. O propósito era idêntico: proporcionar produções elevadas de uva e vinho sem roubar espaço precioso aos cereais e vegetais necessários à alimentação.

A partir dos anos 70 do século XX, a paisagem vitícola da região dos Vinhos Verdes sofreu uma mudança, lenta e progressiva, mas radical. A vinha e o vinho deixaram de ser apenas mais uma cultura agrícola, entre muitas outras, e tornaram-se atividade profissional, de cultura intensiva e com elevado grau de especialização.
Videiras conduzidas <span>em altura</span>.

Os campos agrícolas transformaram-se, com várias áreas dedicadas exclusivamente à vinha.

Surgiram assim outros sistemas de condução, assentes em postes e arames, como o bardo, a cruzeta e, sobretudo a partir de final dos anos 80, o cordão simples ou duplo, com múltiplas variantes. Este modelo tornou-se dominante e contribuiu de forma decisiva para o tremendo crescimento qualitativo dos vinhos produzidos na região. As videiras deixaram as alturas e aproximaram-se do solo, com ganhos evidentes ao nível do equilíbrio das maturações. Ainda assim, a típica vinha da DOC Vinho Verde tem sempre uma condução um pouco mais alta (cerca de 1,5 a 2 metros do solo) do que noutras regiões de Portugal, devido ao clima mais húmido desta região assim aconselhar.

Apesar de a esmagadora maioria das vinhas dos Vinhos Verdes estarem hoje instaladas de forma contínua, em terrenos selecionados e a elas dedicados, e plantadas por talhão e por casta, ainda subsistem alguns dos modelos seculares, como o enforcado e a ramada. Não apenas se manteve dessa forma um legado histórico, preservando a diversidade da paisagem, como se possibilitou a alguns produtores de menor dimensão apostar na diferenciação que essas vinhas antigas proporcionam para oferecer vinhos verdadeiramente singulares.
Os campos agrícolas transformaram-se, com várias <span>áreas dedicadas exclusivamente</span> à vinha.
Solos e <span>Climas</span>

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Castas <span>dos Vinhos Verdes</span>

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